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Amizades conectadas



Amizades conectadas

No dia 20 de julho é comemorado o dia do amigo e, nesse ano, em especial, notei como as redes sociais ficaram recheadas. Foram centenas de textos e fotos compartilhados, alguns chegaram a postar no chamado stories do Instagram um mini álbum com suas dezenas de amigos. Essa situação me fez refletir sobre duas coisas, principalmente.

       Primeiro: é possível ter um número incontável de amigos? Me refiro a amigos de verdade, aqueles em quem confiamos, dividimos nossos problemas e realizações. Pessoas que vão estar ali quando for necessário, seja qual for a circunstância. Ou será que essa rede tão grande de amizades demanda tanto tempo na vida de alguém que se torna impossível? Afinal, temos que deixar nossos reais companheiros a par de algumas novidades. Tenho a impressão que a maioria das fotos que vi pela internet a fora nesse dia não eram de reais amigos e sim conhecidos, os quais a pessoa quis expor para mostrar o quanto é popular e interage com muita gente. Isso não é uma critica aos conhecidos, com quantos você convive ou deixa de conviver, é apenas uma reflexão sobre como uma simples data pode virar um “inflador” de ego e uma competição entre seguidores. Além do mais, relações não tão profundas também são importantes para nossa vivencia e comunicação.
    
        Como segunda reflexão veio o tempo despendido para realizar as postagens. Não teria sido mais carinhoso visitar aquele melhor amigo que não vê a tempos do que publicar uma foto dele? Imagino que os minutos que o usuário levou para editar, postar e escrever sobre suas fotos seria mais bem usufruído se tivesse sido gasto na companhia real dos amigos, batendo um papo, até mesmo ao telefone. Entendo que, por vezes, não seja possível esse contato mais próximo e uma postagem se torne uma linda homenagem. Me refiro aqueles que podiam estar próximos, dar seu amor e agradecer cara a cara e preferiram expor fotos na rede, convencer seus seguidores que possuem mais amigos que eles e, por isso, são melhores de alguma maneira.

         Em uma época de tecnologias e conexões estaríamos nós dando maior importância as virtuais que as pessoais? Que se reflita, e se isso for verdade sinto um pesar pelo tempo perdido.
Ana Caroline Rossetto

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