Por: Nathianni Gomes.
Pensei muito antes de escrever um artigo de
opinião sobre o intitulado “Pink Money” e apesar de não ser meu local de fala,
acho importante dar uma opinião que envolve a indústria da música e a
comunidade LGBT. O Pink Money corresponde ao dinheiro que é circulado entre
produtos destinados a comunidade LGBT, produtos como roupas, produtos de
beleza, bares, baladas e turismo que segundo a empresa Community Marketing Inc,
movimenta mais de três trilhões de dólares mundialmente, dado de 2016. Vários
artistas se envolvem de fato com as lutas e pautas levantadas por esse grupo
social, porém em algumas ocasiões é visível o interesse nessas pautas apenas
para se promover, como na música pop nos Estados Unidos e no Funk aqui no
Brasil, afinal, várias marcas querem estar vinculadas a uma comunidade que tem
poder de consumo crescente. Recentemente o artista Nego do Borel lançou sua nova
música de trabalho “Me solta”, é um funk gravado em uma favela, onde ele se
veste com roupas de mulher e beija um homem. Enfatizando que o artista é hétero
e sua posição política vai contra as pautas da comunidade LGBT, pode-se dizer
que o artista entrou na onda do Pink Money e acabou sendo muito criticado.
O fato de se vestir com roupas femininas e
falar com trejeitos afeminados podem ser considerados ofensa, pois reforça
estereótipos, já que gays não necessariamente são afeminados, além disso, é
como usar uma fantasia, ridicularizar a luta dessa comunidade. Nego do Borel
com certeza não mora em favela e não é gay, por isso não vive a realidade
dessas pessoas para sua ação ser considerada uma representação do grupo social.
O artista tem privilégios, é hétero e não tem de se preocupar com todo o
preconceito de ser gay, como ele é representado no videoclipe. Se utilizar da
sua posição como artista a fim de usar o público LGBT para fazer visualizações
no youtube e consequentemente, dinheiro, o Pink Money, Borel não está fazendo
um trabalho de visibilidade, e sim se aproveitando desse público que vem crescendo
muito e mostrando sua força de consumo.
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