Por: Julya Schmechel
No dia 23 de junho, um acontecimento na Tailândia parou o mundo: um time de futebol de adolescentes, juntamente com seu técnico, foram passear após um treino e acabaram presos em uma caverna. O técnico que estava guiando os meninos para o passeio (que já era tradição), não imaginava que algo tão simples poderia acabar se tornando um enorme pesadelo.
Os 12 garotos do time chamado Moo Pa (Javalis Selvagens, em português) é formado por garotos entre 11 e 16 anos e o seu técnico, Ekkapol Chantawong, tem 25 anos. Depois do treino do dia 23, eles foram de bicicleta até a caverna Tham Luang, que já era um passeio comum entre eles e seguiram por dentro da caverna, sem imaginar o perigo que corriam. Eles foram dados como desaparecidos após a mãe de um dos meninos alertar que o filho não voltou para casa naquela noite. As buscas começaram imediatamente e as bicicletas dos meninos foram encontradas na entrada da caverna, juntamente com alguns calçados.
Bicicletas e pertences dos garotos do lado de fora da caverna (Foto divulgada pela BBC)
A chuva impossibilitava uma busca mais árdua, o que acabou tornando o desaparecimento ainda mais preocupante. Com as chuvas incessantes, o time não via possibilidade de sair, apenas iam adentrando a caverna cada vez mais, com o intuito de fugir da chuva que alagava o local.
Os Javalis Selvagens foram encontrados somente após nove dias dentro da caverna, por mergulhadores ingleses. Eles estavam sobrevivendo com a água potável que escorria pelas paredes da caverna, juntamente com as meditações (feitas pelo técnico que é ex-monge) que os ajudava a manter a calma e a esperança. Após isso, o planejamento para o resgate dos meninos foi calculado com cuidado, pensando sempre nos perigos que o time corria, já que, para poderem sair, eles precisavam aprender a nadar, ou ficariam ali por tempo indeterminado.
Com a morte do mergulhador Saman Kunan - que após levar cilindros de oxigênio para o grupo, acabou ficando sem ar na volta para fora da caverna – o desespero voltou a tomar conta de todo o mundo. A perda do mergulhador só reforçou o perigo que rondava aquela caverna e como o cuidado deveria ser redobrado com o time, já que Saman era mergulhador treinado e praticava muitas atividades físicas.
Os dias foram passando, e com eles o medo só aumentava. Mas os meninos seguiam firmes, mandando cartas para suas famílias, afirmando que estava tudo bem e que não deveriam se preocupar. Depois de duas semanas de aflição, o resgate começou: no dia 7 de julho, quatro meninos foram resgatados e trouxeram uma sensação de esperança e alegria para quem aguardava ansioso este momento. No dia seguinte, mais quatro meninos foram retirados da caverna, aparentando estar em boas condições. Por fim, no dia 10 de julho, os últimos quatro meninos e o técnico foram salvos, fazendo com que o mundo inteiro comemorasse este fato, que foi visto por muitos, como um milagre. Todos foram resgatados com boas condições, necessitando apenas de antibióticos para algumas infecções que adquiriram.
Time chegando para a coletiva de imprensa (Foto: Soe Zeya Tun/Reuters)
Os Javalis Selvagens ensinaram lições valiosas para todos que acompanharam o resgate do início ao fim: a esperança e coragem do time fez com que muitas pessoas analisassem suas atitudes, perante diversas situações que a vida apresenta. A gratidão, humildade e o apoio das famílias com o técnico, mostrou que em meio ao caos, o amor e a perseverança podem ser a salvação do mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário